O movimento estudantil (ME) fluminense esteve mais voltado para o interior do Estado, funcionando em estreita vinculação e com certa dependência da estrutura política amaralista, até os anos 1950. Essa situação começou a se transformar, com a luta em prol de uma Universidade Federal para Niterói, com a crescente transformação urbana, e com a participação dos alunos nos congressos da União Fluminense dos Estudantes (UFE), com sede em Niterói. O movimento estudantil lançou-se ainda em 1953, no movimento em prol da criação de uma Universidade Fluminense, seja através dos discursos proferidos em cerimônias de formatura na FFF ou nos congressos da UFE, realizados no ano de 1955. Nesse contexto, destacamos a atuação da estudante Suely do Couto Machado, representante dos estudantes da FFF. A luta em prol de uma Universidade para Niterói ganhou ímpeto com a chegada de Roberto Silveira ao governo. João Kiffer Netto, líder estudantil que posteriormente tornou-se deputado estadual, estava à frente da UFE, que aquela altura lutava contra as altas taxas escolares e se esforçava para conseguir a federalização das escolas isoladas de Niterói. Vale citar, que várias propostas do anteprojeto da Uferj foram discutidas pelo movimento estudantil, professores e políticos, em eventos organizados pelo jornal O Fluminense, àquela época. O movimento estudantil possuía o direito à representação e participava das reuniões do Conselho Universitário, desde os primeiros anos da Uferj,e o anteprojeto de Estatuto do DCE foi aprovado pelo CUV, em 1963. O DCE teve importante papel em algumas outras conquistas da Universidade, como a doação do Hospital Antônio Pedro pela Prefeitura de Niterói para a Uferj, em 1964; e dois anos depois, na doação de terreno da Prefeitura de Niterói localizado no Valonguinho, para a construção da sede da Reitoria. A Reitoria não chegou a se estabelecer no local, mas o atual prédio do DCE foi construído ali para abrigar a União Fluminense de Estudantes, que foi extinta em 1966. Em meados dos anos 1970, o DCE passou a ser denominado Diretório Central dos Estudantes Livre Fernando Santa Cruz, em homenagem ao estudante e militante da Faculdade de Direito da UFF, desaparecido, durante a Ditadura Militar.
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